Neste domingo, pelo menos 50 mil
pessoas, segundo os organizadores, voltaram às ruas de Paris para protestar
contra a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo na França. A
legislação deve ser adotada definitivamente na próxima terça-feira. Os
opositores, porém, prometem continuar a mostrar seu descontentamento com uma
passeata na capital francesa. Partidários do casamento gay também organizam uma
manifestação hoje.
Na próxima terça-feira, a França
deverá se tornar o 14° país do mundo a autorizar o casamento de pessoas do
mesmo sexo. De acordo com uma pesquisa do instituto BVA, 58% dos franceses se
dizem favorável ao casamento gay. Atualmente, a lei francesa concedia aos
casais homossexuais apenas o direito a uma união civil. A adoção da lei está
praticamente garantida, mas os opositores ao casamento gay continuam a
protestar.
Neste domingo, cerca de 50 mil
pessoas organizaram uma passeata cujo sai do sul de Paris e se dirige aos arredores
da Torre Eiffel. A porta-voz do grupo que organiza a passeata, Frigide Barjot,
afirma que entre 30 mil e 50 mil pessoas são esperadas hoje. O número é
inferior ao da manifestação do último dia 24 de março quando 300 mil pessoas
(dados da polícia) e 1,4 milhão (dados da organização) protestaram contra o
casamento entre homossexuais.
Segundo Barjot, os opositores não
pretendem “jogar a toalha”. Albéric Dumont, outro líder do movimento “Manif
pour tous (protesto para todos, em português), disse que eles “ainda têm alguns
dias e que não vão abandonar [a luta] agora”. Mesmo com a aprovação do
casamento gay, o grupo já marcou uma nova grande manifestação para o dia 26 de
maio em Paris. “[Essa manifestação] vai tratar de outros assuntos da política
de governo de François Hollande, especialmente em relação à família, e ao
problema da eutanásia”, afirmou Barjot.
Para evitar a confusão e a
violência registradas na última manifestação, os organizadores disseram ter
contratado agentes de segurança que terão a missão de expulsar da passeataos
manifestantes mais exaltados. As marchas contra o casamento gay reúnem famílias
inteiras –inclusive bebês-, mas também agregam grupos de extrema direita,
católicos integristas, movimentos monarquistas e radicais nacionalistas.
Homofobia
Uma outra passeata que parte da
Bastilha (oeste de Paris) neste domingo ergue a bandeira da igualdade. O
trajeto dessa manifestação não deve cruzar com o do grupo que marcha contra o
casamento gay. « Nos recusamos a ver a rua entregue a grupos violentos,
racistas e xenófobos . Nos recusamos a ver a violência e as ameaças se
multiplicarem contra nós », afirma a associação de direitos dos homossexuais
Act up.
Representantes da esquerda
francesa ,como o Novo Partido Anticapitalista (NPA), o Partido Comunista, a
Juventude Socialista e o Partido Europa Ecologia, também participam dessa
passeata.
Nas últimas semanas, o debate
sobre o casamento gay acabou resvalando para o aumento de violência de
motivação homofóbica. Nesta semana, três empregados de um bar gay em Lille
(norte da França) foram atacados por um grupo de homens. A polícia deteve os
agressores.
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