Participando do 12º Congresso Profético Internacional, em
Salvador, Bahia, ontem, o deputado federal Marco Feliciano pediu maior
envolvimento da comunidade “crente” em sua defesa e informou que está passando
dificuldades por conta dos protestos que vem sofrendo desde que assumiu a
presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Ele afirmou
ainda que a oração é a desculpa dos covardes e não é suficiente.
Feliciano criticou um seminário
sobre sexualidade que teria acontecido na comissão da Câmara, diz que chorou,
não teve direito de se manifestar e foi retirado da sala. Ele afirmou que no
evento, apoiado pelo MEC e UNICEF, defendiam que atos de homossexualidade de
crianças pequenas não deveriam ser interrompidos. Para aumentar a crise, o
pastor continua a defender seus pontos de vista, em dizer que estão limitando
seu direito de expressão e perseguindo-o por ser evangélico. Na semana passa,
um de seus assessores chegou a dizer que homossexuais adotam crianças para
estuprá-las.
“Dai essa comissão cai na minha
mão. Sabe Deus o porque. Eu já pedi a Deus: O Senhor me explica porque eu estou
sofrendo mais do que você pode imaginar. Eu não tenho mais vida. Eu estava no
aeroporto de São Paulo e me hostilizaram. Eu tenho 15 igrejas que plantamos
nesses quatro anos. As igrejas estão trabalhando de portas fechadas. Eles vão e
fazem obra de feitiçaria na porta da igreja. Depredam a igreja, picham a
Igreja. 70 pessoas cercaram o meu carro, eu estava com duas crianças, eu tenho
duas filhas pequenas de 10 e 11 anos. As crianças se esconderam debaixo do
carro aos gritos e aos prantos porque eles chacoalhavam o carro com cartazes
com dizeres horríveis, com palavrões e com gestos obscenos. Eu recebi mais de
100 ameaças de morte”, desabafou o pastor no encontro, afirmando que o motivo
do movimento contra ele é porque ele propôs uma lei contra a decisão do STF
sobre a união estável e o casamento LGBT, por ele ser defensor da família.
O pastor afirmou estar sofrendo,
clamou para os artistas evangélicos a reagiram, bem como a comunidade para
defender a família e defender “seu irmão” e deu ainda exemplo da França onde 1
milhão de pessoas foram as ruas contra o casamento gay. Disse que se o PL 122
for aprovado, vai acontecer o mesmo com todos os pastores. “Eu estou sofrendo
sabe porque, porque a igreja não tem coragem. Os líderes,onde estão os nossos
líderes, onde estão os cantores? Caetano Veloso se reuniu com os cantores e
artistas e fizeram um ato contra mim, a atriz Fernanda Montenegro, uma anciã,
junto com outra senhora deram um beijo em repúdio contra mim. E cadê os nossos
irmãos, os famosos aqui da Bahia, que foram convertidos, que poderia fazer um
movimento em prol da família, mas eles tem medo, a agenda deles caíram também.
O que esta acontecendo comigo hoje é o que vai acontecer com todos os pastores
do Brasil se o PL122 for aprovado", Depois de dizer que os gays obrigariam
as igrejas a casá-los, mais uma vez ele se comparou e citou a Martin Luther
King e ainda a outro mártir evangélico, atualmente preso no Irã, a quem disse
que vai tentar ajudar.
“Eu não tenho mais nem liberdade
para respirar. Eu estou passando necessidade”, disse ele. O pastor estaria
enfrentando dificuldades para pagar o contrato que tem com a rede de TV CNT e a
emissora deu um prazo para ele normalizar os pagamentos e reduziu seu horário
na grade. Feliciano teria pedido ajuda a Igreja e outros pastores mas não teria
recebido. Com a queda na sua arrecadação, formada por eventos que foram
cancelados e doações em suas igrejas em baixa, ele estaria passando por
dificuldades financeiras por conta do alto custo de sua estrutura.
Do lado de fora, manifestantes
pró e contra Felicianos gritavam e cantavam. Um pastor batista chegou a se
assumir ex-gay e disse que tem amigos em "recuperação em clínicas",
defendendo a cura da homossexualidade e dizendo que deixou de ser gay há 18
anos.
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