Em encontro com o pastor Silas Malafaia no
último sábado (5), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, revelou
sua intenção em tornar-se candidato a Presidente da República na próxima
eleição e que não permitiria interferências no seu partido, o PSB. Diante dessa
possibilidade de candidatura, o líder religioso respondeu ao parlamentar: “O
PSDB ficou oito anos no poder, e o PT 12. Mas, independente se o partido fizer
um bom governo ou não, é fundamental a alternância no poder para o
fortalecimento da democracia”.
A conversa aconteceu em um hotel
na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, o governador
analisou vários pontos positivos e negativos do atual cenário político no país.
“Campos acha que a inflação seis vezes maior do que o crescimento do PIB é uma
bomba relógio ligada. Ressaltou que não quer o caos no Brasil e que não trafega
na torcida contra. Afirmou ainda que muitas coisas boas estão sendo feitas, mas
que é preciso mais. E revelou: Eu vou ser candidato a presidente da República e
ninguém vai dizer o que meu partido deve ou não deve fazer, se deve ou não deve
ter candidato”, comentou Malafaia sobre o encontro em que também discutiu
questões sobre democracia e liberdade de imprensa.
Na eleição presidencial de 2010,
o pastor apoiou o tucano José Serra, mas ainda não manifestou sua posição em
relação ao próximo pleito eleitoral. Apesar de ter elogiado o provável
candidato após esse primeiro encontro, Malafaia não se comprometeu em apoiar o
socialista. “Ainda é cedo nesse processo”, justificou o pastor, que se mostrou
satisfeito com a posição de Eduardo Campos contra o controle externo da mídia,
cobrado pelo comando nacional do PT. “Ele disse que regulação de conteúdo é
muito perigosa. Deixei claro que nós, evangélicos, estamos muito preocupados de
cercearem nossa pregação e que defendo a liberdade de imprensa até para falarem
mal de mim”.
A seca no Nordeste também foi
tema da conversa entre o pastor e o governador, mas não chegaram a falar sobre
temas polêmicos como casamento gay e aborto. Entretanto, aproveitaram para
conversar sobre a pressão para a saída de Marco Feliciano da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias. “O que eu tenho dito e repeti para o governador é
que o PT radicaliza de tal forma que acaba levando os evangélicos a ficarem contra
ele. Com José Genoino e João Paulo Cunha, deputados condenados no processo do
mensalão na Comissão de Constituição e Justiça, que moral tem o PT para falar
de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos?”, questionou Malafaia.
O líder religioso, que é presidente
da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou que Campos foi sincero em
relação a esse assunto e que afirmou não concordar com as ideias de Feliciano,
mas reconheceu que o parlamentar foi eleito “pelo povo e pelo colegiado”. Por
fim, o pastor ponderou: “Ele é um cara preparado e não se apresenta como o
salvador da nação, mas acredita que pode fazer mais do que está sendo feito”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário